Pré-Eclâmpsia

Fevereiro 01, 2024 - by Gabinete de Comunicação e Imagem - in Dicas & Notícias

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As síndromes hipertensivas no ciclo gravídico e puerperal (tensão alta na grávida e no pós-parto) constituem uma das principais causas de morbimortalidade materna e fetal, especialmente nos países em desenvolvimento. O diagnóstico e o correcto tratamento destas síndromes podem evitar a morte da mulher e do bebé, e a sua resolução exige uma resposta imediata por toda a equipa de saúde.

A Doença Hipertensiva da Gravidez é multi-sistémica (atinge muitos órgãos) definida pelo aparecimento de níveis tensionais ˃ 140/90mmHg e proteinúria (presença de proteínas na urina) significativa, edemas (sobretudo dos membros inferiores), convulsões e/ou coma a partir da 20ª semana de gestação.

Este grupo de doenças que incluem pré-eclâmpsia (PE)/eclâmpsia, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crónica e hipertensão crónica, constituem uma importante causa de prematuridade, atraso no crescimento intra-uterino (o bebé cresce menos em relação ao tempo gestacional) e mortalidade materna e perinatal.

Dentro das síndromes hipertensivas gestacionais, deve-se dar uma atenção especial à Pré-eclâmpsia, que ocorre de forma isolada ou associada a hipertensão arterial crónica e está associada aos piores resultados maternos e perinatais.

Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), 14 % da mortalidade materna mundial, está diretamente relacionada com esta patologia e é a principal causa de morte materna em África, América Latina e Caraíbas. Nos países em desenvolvimento as taxas de incidência podem atingir os 18%. Em algumas zonas africanas, a mortalidade associada é 5 a 9 vezes superior.

Em Angola foi a primeira causa de morte em 2017 e 2018. Num estudo realizado no Huambo em quatro hospitais principais, a doença hipertensiva foi a primeira causa de morte de 2011 a 2013. A causa da Pré-Eclâmpsia permanece desconhecida, mas sabe-se que se trata de uma doença multifactorial, tendo sido descritos factores imunológicos, genéticos e ambientais para o seu aparecimento, levando o acometimento de vários órgãos maternos.

O seguimento rigoroso da gestante com um pré natal atento é a única forma de reduzir a morbimortalidade materna e perinatal (O uso da ecografia associada ao dopller é um recurso diagnóstico de grande valor em obstetrícia). A elevação da pressão arterial constitui um factor relevante da doença. O segundo factor é o resultado de uma má adaptação do organismo materno à gravidez. Isto é, a partir da 20ª semana de gestação, com maior frequência no terceiro trimestre. 

Factores de Risco para Pré-Eclâmpsia

Qualquer mulher pode desenvolver Pré-Eclâmpsia, mas algumas mulheres estão em maior risco e os principais factores são:

  • Idade Materna (Extremos de idade)
  • Hipertensão arterial crónica
  • Etnia
  • Obesidade
  • História prévia ou familiar da doença
  • Gemelaridade
  • Espaço intergenésico (Tempo entre as gestações)
  • Alta altitude
  • Diabetes mellitus
  • Doenças Autoimunes

Sinais de Alerta e Sintomas

Os sinais e sintomas para doença hipertensiva gestacional podem ser muito leves e não serem percebidos pela grávida, mas podem incluir:

  • Cefaleias (dor de cabeça)
  • Edemas generalizado (inchaço em todo corpo)
  • Epigastralgias (dor de estômago)
  • Visão turva (ver fusco)
  • Escotomas (ver estrelas com os olhos fechados)

As complicações Maternas e Neonatais mais frequentes

Maternas:

  • Descolamento Prematuro da Placenta
  • Coagulopatia/Síndrome HELLP
  • Edema agudo do pulmão
  • Insuficiência renal aguda
  • Eclâmpsia
  • Insuficiência hepática
  • Hemorragia pós parto
  • Acidente Vascular Cerebral
  • Morbidade cardiovascular a longo prazo
  • Morte.

Neonatais:

  • Prematuridade
  • Restrição de crescimento fetal
  • Hipóxia com lesão neurológica
  • Morbidade cardiovascular a longo prazo associada ao baixo peso ao nascer (P <2.500 g)
  • Morte perinatal

Prevenção

Dos factores de risco enunciados, alguns não podem ser modificados, como por exemplo os antecedentes familiares. A adopção de um estilo de vida saudável (hábitos higiénico-dietéticos) ajuda na prevenção. Ainda está descrito e com bons resultados materno-fetal o uso de Aspirina 150 mg a partir das 11-14 semanas de gestação, na prevenção desta doença.

Tratamento

O especialista que conduz os casos de Pré-Eclampsia é o obstetra, e o cardiologista colabora no manuseio dos anti-hipertensivos e no tratamento das complicações cardiovasculares, pois o tratamento definitivo da doença é a interrupção da gestação. Quando é confirmado o diagnóstico, é necessário considerar a Idade Gestacional, o estado clínico materno e o bem-estar fetal. A decisão do momento adequado para o parto vai se basear nestes três parâmetros.

Recomendações

  • Vá ao ginecologista antes de engravidar para avaliação clínica
  • Compareça a todas as consultas previstas no pré natal e siga rigorosamente as recomendações médicas durante a gestação
  • Lembre-se que a hipertensão é uma doença que pode ser assintomática. Qualquer descuido e a ausência de sintomas podem fazer com que uma forma leve da doença evolua com complicações
  • Faça exercícios físicos compatíveis com a fase da gestação.

 

Referências:  

  • Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. 2014;
  • Royal College of Obstetricians and Gynecologists;
  • WHO recommendations for Prevention, treatment of pre-eclampsia, and eclampsia;
  • Estudo ASPRE, publicado em 2017;
  • Causes of maternal mortality in four reference hospitals in Huambo Province from 2011 to 2013 Cezaltina Nanduva Kahuli*, Victor Nhime Nungulo**, Diogo Ayres-de-Campos*** Hospital Regional do Huambo; Hospital Municipal do Bailundo, Hospital Municipal da Caala e Hospital Municipal do Cambiote.

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